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A redoma do silêncio: o isolamento na alienação parental

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11.10.2025

O isolamento social é uma das dimensões mais devastadoras e silenciosas nas situações de alienação parental. Não se instala de forma repentina, emerge de um processo subtil, silencioso, progressivo e persistente, através do qual a mãe ou pai controlador/alienador, vai restringindo o espaço emocional e social da vítima alienada, até que esta se encontre encerrada numa redoma de solidão e culpa.

Esta é mais uma história descrita por um pai alienado, vítima de alienação parental durante o casamento: “Toda esta situação cria isolamento social, cria uma redoma, em que por um lado existem estes comportamentos de desregulação, por outro lado existe sempre um comportamento em que todos são péssimos, o pai é péssimo, os avós paternos são péssimos… é muito difícil viver num sítio onde sistematicamente tudo está mal, todos estão mal, sou eu é que estou bem”.

Esta descrição faz referência a comportamentos típicos da alienação e das relações abusivas, em que o agressor/alienador denigre a vítima alienada, obrigando-a a viver num ambiente de negatividade, onde apenas ele próprio atua adequadamente. Nesta situação, a perceção de segurança do agredido passa a estar associada ao isolamento, afetando a sua relação com o exterior, com a agravante de que é um processo lento, quase impercetível, mas ao mesmo tempo devastador: “Porque é muito progressivo… perde-se tudo lentamente, mas rapidamente, sem nos apercebermos…”.

O isolamento é um processo de perda da autonomia. Não ocorre por imposição direta, mas através de pequenos ajustes diários, de limites impostos disfarçados de “preocupação” e de uma vigilância e controlo constantes que se tornam parte da rotina. Como nos partilhou este pai alienado: “Eu dei por mim…........

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