A dor do Verão: filhos ausentes, pais silenciados
Este é o testemunho de um pai vítima de alienação parental. Um pai que, desde 2019, portanto, há seis anos que não passa férias com os filhos.
Este pai, vítima de alienação parental, descreve um padrão contínuo de exclusão ativa da vida dos filhos, particularmente durante períodos significativos como as férias. O seu testemunho evidencia uma exclusão parental sistemática, na qual apenas lhe foi permitido um telefonema e lhe foi negado qualquer tipo de informação concreta sobre o paradeiro das crianças, como nos partilhou: “Em 2020, foi-me permitido um telefonema para os meus filhos durante os dias em que estiveram de férias (com a mãe, tia e avô materno)”. O seu sentimento de impotência e frustração era evidente quando nos afirmou: “Percebi que estavam no Algarve, mas não consegui mais nenhuma informação”, revelando a dor de quem se vê privado do exercício da parentalidade, impedido de cumprir o seu papel afetivo e protetor, por ação da mãe alienadora.
A angústia prolongada é ainda mais visível quando este pai nos declarou: “Em relação a 2021, 2022 e 2023, não faço a mínima ideia onde possam ter estado durante as férias”, testemunho de um prolongado sofrimento psicológico. Esta ausência de contacto e de informação sobre as férias dos filhos, durante vários anos, reflete um luto ambíguo, gerando uma dor decorrente de uma espécie de “presença ausente” dos filhos, de uma relação viva, mas psicologicamente inacessível.
Na procura de respostas, este pai tem recorrido a estratégias indiretas para tentar localizar os filhos, como nos descreveu: “Também consegui ver na página de Instagram da mãe (onde estou bloqueado) que foram ver um jogo de futebol da Seleção Portuguesa de Futebol. Há pouco mais de uma semana, na videochamada com os meus filhos, percebi que não estavam em casa. Talvez estivessem num quarto de hotel, cuja zona do país não fui informado nem consegui identificar”.
A tentativa de encontrar sinais no Instagram, mesmo bloqueado, revela um desespero profundo e uma necessidade enorme de proximidade. A vigilância à distância e os esforços para decifrar indiretamente onde estão os filhos evidenciam o impacto psicológico de uma alienação forçada, vivida num misto de resistência emocional e sofrimento constante. Até mesmo uma simples videochamada se transforma num momento de incerteza, na tentativa de captar pistas num fundo de hotel que não foi identificado.
A ausência de transparência e comunicação direta tem levado este pai a recorrer a terceiros para obter qualquer informação, como o demonstrou no seguinte relato: “Soube por uma pessoa amiga que foram a F. (essa pessoa cruzou-se com eles nesse local)”. Estas estratégias de “observação paralela”, associadas a um estado de hipervigilância, revelam um quadro de sofrimento profundo, que se tem perpetuado ano após ano.
Importa sublinhar que esta........
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