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A disputa do Reino e a inculturação ariana

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20.04.2025

Talvez ainda não tenhamos o suficiente distanciamento histórico-crítico que nos permita avaliar correctamente o estado actual do mundo. Por isso, devemos prestar atenção a todos aqueles que, antes de nós, ousaram identificá-lo com sentido e discernimento proféticos. Um imenso horizonte de interesses especulativos tem sido, nos últimos tempos, o campo de acção da política internacional. Isto, porque a ciência, grande aliada do poder tecnológico, conseguiu aumentar o espaço terrestre criando a ilusão de que se tornou mais amplo. Este novo espaço é o actual centro da disputa entre os líderes políticos mundiais, com o objectivo de nomear qual o líder mais apto a assumir a totalidade do seu governo. Embora nos pareça insólito vamos tomando consciência de que o Planeta Terra se tornou ingovernável segundo os parâmetros de governo até agora utilizados. O facto, deve-se a que ainda não aprendemos as novas linguagens que conferem total viabilidade política a esse novo espaço, que expande o diâmetro terrestre.

O pensamento profético de Hannah Arendt, filósofa política, já tinha identificado a raiz do problema na sua grandiosa obra “A Condição Humana”,[1] editada em 1958. Ao analisar “a alienação do mundo” no limiar da era moderna, refere que se trata de um desfasamento entre a vida contemplativa e a vida activa. Esta última sobrepôs-se à capacidade espiritual na sua determinação de fabricar um mundo inteiramente novo: «Assim, o seu mais alto ideal deve ser o conhecimento matemático, tal como a era moderna o concebe, isto é, não o conhecimento de formas ideais recebidas de fora da mente, mas de formas produzidas por uma mente que, neste caso particular, nem sempre necessita do estímulo… dos sentidos por outros objectos além de si mesma. Esta teoria é bem aquilo que Whitehead lhe chama: ‘a consequência da derrota do senso comum’». (p.348). O obscurecimento do sentido comum da história da Humanidade impera na........

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