Telemóveis na escola: sim ou não?
Os telemóveis passarão a ser proibidos na escola, nos primeiro e segundo ciclos do ensino básico, a partir de Setembro. E, subitamente, quando se supunha que professores, directores de escola ou membros de associações de pais manifestassem apreço porque os recreios, o bar ou os refeitórios das escolas passarão a ser espaços livres de telemóveis, surgiu, da parte de alguns, uma discussão acesa à volta disso. Os argumentos contra esta proibição reclamam a utilidade dos telemóveis como instrumentos indispensáveis de aprendizagem escolar nessas idades. Chamando a atenção para o facto deles representarem a única tecnologia ao dispor dos alunos em sala de aula, contornando-se assim as carências graves de recursos informáticos existentes na maioria das escolas. E que sem eles estaremos a empurrar as crianças para uma ausência de digitalização do ensino, remetendo-as para uma escola do século XIX ou do século XX. Havendo quem alerte para o risco da sua proibição. Para a necessidade da auto-regulação que cada criança deve ter diante deles. E para os custos que essa proibição poderá ter sobre a auto-estima das crianças.
É estranho não termos escutado nenhuma destas pessoas a falar sobre a forma como a digitalização precoce na escola traz custos muito elevados na aprendizagem da escrita e da leitura. Na organização da motricidade, da expressão visual e na expressão simbólica. Na construção de frases e no aprofundamento expressivo da linguagem.........
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