Escola humanóide e retórica de cancelamento
«Se e quando programas de computador atingirem uma inteligência sobre-humana e um poder jamais visto, deveremos valorizar esses programas mais do que valorizamos os humanos? Seria aceitável, por exemplo, que uma inteligência artificial explorasse os humanos e até os matasse para contemplar as necessidades de seus próprios desejos? Se a resposta é negativa, a despeito da inteligência e do poder superiores, (…) [da máquina, porquê aceitar o estado de negação homo ético-moral de submissão-exploração digital-tecno IA Gen da escola humanóide]?».
(Yuval Noah Harari)
«A cultura tende a argumentar que proíbe apenas o que não é natural. Mas, de uma perspectiva biológica [leia-se carbónica], não existe nada que não seja natural. Tudo o que é possível é, por definição, também natural. Um comportamento verdadeiramente não natural, que vá contra as leis da natureza, simplesmente não teria como existir e, portanto, não necessitaria de proibição [leia-se escola humanóide de silício e inteligência artificial – IA Gen –]».
(Yuval Noah Harari)
«À medida que acumulam poder, as burocracias tornam-se imunes aos próprios erros. Em vez de mudar a sua história para se adequar à realidade, elas são capazes de mudar a realidade para adequá-la às suas histórias [é o caso da escola-arena em metamorfose, de cancelamento da escola humana, humanista, humanizada e humanizante, por troca com a escola digital, de paradigma algorítmico, padronizada, matemático-impessoal, homo-tecno-robotizada, humanóide]».
(Yuval Noah Harari)
Yuval Noah Harari, eminente historiador, investigador e professor de História do Mundo, na Universidade Hebraica de Jerusalém (considerada uma das melhores e mais reputadas instituições de ensino superior a nível internacional), emergiu como uma figura proeminente no cenário intelectual global, com a publicação de obras notáveis como: «Sapiens: uma breve história da humanidade», publicada em 2014, tornada um best-seller na mundialização globalizada, com aclamação da crítica. Livro no qual Harari perlustra (do latim, perlustrare; percorre, observando, examinando, andando com cautela, com perlustração) a trajectória da espécie humana desde os primórdios-princípio, o alfa evolutivo até ao presente, o ómega de regressão civilizacional do Homem; com destaque para as revoluções cognitiva – estamos na moderna contemporaneidade, a viver a passagem alomórfica de retrocesso-retrocessão mental-sináptica de inversão involutiva de milhões de anos, com perda de inteligência-capacidade crítica, de criatividade, analítica, axiológica, de contraditório capacitário-capaz – agrícola e científica, que nos moldaram o humanus social que conhecemos e somos.
De Harari, também é de destacar: «Homo Deus: breve história do amanhã» (2015), que viaja-explora as multi-possibilidades direccionais futuras da humanidade, da pluridimensionalidade em termos de tecnologia, de biotecnologia e de inteligência artificial. Ambas as obras são dois portentos de erudição histórica e de reflexão humana sobre os tempos que correm, sendo o pensamento-voz de Harari de crítica contundente.
O ecossistema educativo-escolar em Portugal, vive a experiência da urgência da «dita-chamada» para a........
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