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Sepultar madeira para travar o aquecimento global?

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16.07.2025

Num mundo obcecado por tecnologias sofisticadas e soluções caras para a crise climática, uma proposta radicalmente simples, e surpreendentemente eficaz, surge da própria floresta: enterrar madeira morta. Parece absurdo? Não é. Segundo um estudo publicado este ano na Nature Geoscience, liderado por Yiqi Luo, professor da Universidade de Cornell, esta prática pode sequestrar até 937 gigatoneladas de CO₂ até ao final do século. Traduzido: mais de 20% de todas as emissões de gases com efeito de estufa anuais do planeta. E isso com uma tecnologia que requer pouco mais do que terra, pás e tratores.

De problema ambiental a solução global

A proposta é esta: em vez de deixar que resíduos de madeira apodreçam ou sejam queimados, libertando carbono, devemos enterrá-los a pelo menos dois metros de profundidade. A essa profundidade, a presença de oxigénio é quase nula. Sem oxigénio, não há decomposição microbiana significativa. E sem decomposição, o carbono permanece aprisionado, tal como acontece com fósseis de madeira de milhares de anos. Isto é, criamos um “cemitério de carbono” durável, barato e eficaz.

O impacto potencial é monumental: até 12,4 gigatoneladas de CO₂ retiradas da atmosfera por ano, o que pode traduzir-se numa redução de 0,42°C na temperatura média global. Para quem acompanha os relatórios do........

© Observador