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A ação climática perde espaço na perceção dos cidadãos da UE

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12.09.2025

O mais recente inquérito Eurobarómetro, divulgado pelo Parlamento Europeu, trouxe uma conclusão que merece reflexão atenta: a ação climática caiu para o oitavo lugar na lista de prioridades dos cidadãos da União Europeia. Num continente que há poucos anos colocava as alterações climáticas no topo da sua agenda, esta mudança de perceção não pode ser lida de forma simplista. Ela resulta de um conjunto de fatores económicos, sociais e políticos que reconfiguram o debate público europeu, com implicações diretas para o futuro das políticas de sustentabilidade.

A nova hierarquia das preocupações

De acordo com o inquérito, o custo de vida, a inflação e a segurança ocupam agora os primeiros lugares das prioridades. Para mais de 40% dos inquiridos, conter a escalada dos preços é a principal expectativa em relação ao Parlamento Europeu. A defesa, a segurança e a estabilidade geopolítica surgem logo a seguir, com um peso igualmente robusto, refletindo o impacto prolongado da guerra na Ucrânia e o receio de novas ameaças externas.

Questões como o combate à pobreza, o emprego e a competitividade da economia completam esta lista de prioridades imediatas. Só depois, em posições secundárias, aparecem os temas ambientais e climáticos, que durante anos foram considerados bandeiras de identidade do projeto europeu.

O peso das crises recentes

Não é difícil compreender este reposicionamento. Desde 2020, os cidadãos da União enfrentaram uma sucessão de choques: pandemia, crise energética, inflação recorde, instabilidade nas cadeias de abastecimento e um conflito armado à porta do continente. Perante este cenário, a perceção pública........

© Observador