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É possível fazer lobbying de forma séria 

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25.03.2025

Quando falamos de corrupção ou de promiscuidade de interesses conflituantes, é frequente juntar-se um estrangeirismo à conversa: os lobbies. Não me parece justo. Digo que é injusto porque devemos considerar o lobbying como algo que, quando bem enquadrado, beneficia o processo democrático de decisão.

Nesta sociedade muito acelerada e tão cheia de escolhas, é humanamente impossível que um deputado ou um ministro conheça ao pormenor o impacto das inúmeras decisões que toma diariamente. Por mais inteligente que ele seja e por mais numerosa e qualificada que seja a sua equipa, aquele decisor político não sabe exactamente tudo aquilo que faz. O volume de assuntos é tal, que ele acaba por confiar nas indicações do seu partido, em opiniões de outros, na sua intuição, e depois decide porque tem de decidir. Porém, os assuntos mais complexos carecem de reflexão adicional e é necessário auscultar os vários lados da questão, que nunca são menos do que dois. Então, é precisamente aqui que entra o lobbying como serviço público. O lobista, representante bem identificado de uma das partes interessadas, deve organizar e fornecer informação relevante ao decisor político, mostrando a bondade do seu ponto de vista ou do ponto de vista do seu cliente. Já o decisor político (ou a sua equipa) deverá ouvir todas as partes interessadas, e depois então pode avaliar o que é melhor à luz da Constituição e do programa que prometeu cumprir quando foi eleito ou nomeado.

Quem representa os lobbies são os lobistas e a actividade que estes desenvolvem é o lobbying. E isto do lobbying consiste muito simplesmente em tentar influenciar políticas, mais........

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