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Vida de estudante

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29.06.2025

Saíram umas “peças” sobre a dureza dos cursos superiores, sobre o burnout dos alunos e o consumo de mais de 50% deles de medicamentos sejam ansiolíticos ou antidepressivos. As “soluções” e as “análises” propostas por alunos e por profissionais da saúde vão no sentido facilitador, menos carga lectiva, menos exames por semana, menos trabalhos individuais. O exemplo exposto num programa foi o do curso de arquitectura, onde as poucas horas de sono e as muitas de trabalho, para a produção dos trabalhos / projectos, amplificam as queixas.

Há muitos anos, talvez em 1976, num encontro em que estive com outros jovens da minha idade, de “iniciação à política”, para não dizer de “formação política”, as mentes excitadas (dos jovens) com o momento revolucionário, mesmo na “direita”, propuseram a simplificação do ensino, nomeadamente acabar com os exames (como veem a ideia não nasceu hoje). O “formador” presente na altura, o eng. Cruz Abecassis, explicou para que serviam os exames, que não serviam para chatear os alunos, nem (só) para ver se tinham aprendido a matéria, mas sobretudo para os treinar para a vida real, onde os exames são uma constante. Que todo os dias teríamos exames, por vezes vários por dia. Importava saber dar resposta, debaixo de stress, em tempo útil.

Pertenço a uma geração em que os pais não levavam os filhos à escola (a ida e a vinda eram, aliás, os melhores momentos do dia), não inscreviam os filhos nas universidades, a maioria não sabia sequer a localização da Universidade do filho. Na época pagavam-se propinas, mesmo no “secundário”, em selos fiscais, que os alunos, não os pais, iam comprar à papelaria do costume, com a folha de 25 linhas e lá se inscreviam Também não iam à escola........

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