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Utopias e Autarquias

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06.08.2025

Estamos uma vez mais a caminho de umas eleições autárquicas. Os instalados tentam mostrar o que fizeram, ou que outros fizeram por si e apresentam uma vontade indómita de mais fazer, de tudo melhorar. Branqueiam os dentes fixam sorrisos, mais ou menos plastificados, seguem as directrizes das suas empresas de imagem, vestem o que lhes mandam e repetem frases estudadas, ocas e sobretudo inócuas.

Cedendo às pressões partidárias desfizeram-se os ajuntamentos de freguesias (impostos e bem pela Troika), para que mais alguns possam afirmar: “eu é que sou o presidente da junta”. Escala cada vez menor, com menos dinheiro e menos capacidade reivindicativa, bem à “portuguesa”, cada um por si.

As autarquias são indispensáveis aos partidos. São nelas que se vão propagandeando ao longo do ano as virtudes de cada um e acima de tudo onde será possível angariar os fundos de que precisam para olear as máquinas e naturalmente dar emprego, ou empregos aos fiéis.

Para os instalados (que são a maioria) é fácil fazer campanha. O dinheiro é dos contribuintes (uma lei básica seria a de proibir qualquer obra que não estivesse em plano e orçamento do ano anterior) e é só gastá-lo.

Outra faceta importante é a da empregabilidade, que se compreende em concelhos do interior, onde as economias dependem muito das autarquias, mas que não se compreende ou aceita nas restantes.

Se os impostos autárquicos fossem cobrados pelas autarquias, nas tesourarias das Câmaras – O IMI, o IMT – em vez de o serem pela AT, os cidadãos percebiam que não é o presidente da Câmara que paga as obras, ou os concertos, mas que são os munícipes. As Câmaras não têm máquinas de produzir dinheiro.

Após 74, havia muito para fazer, as infra-estruturas eram escassas, não havia esgotos, as redes de distribuição de água eram rudimentares, as ETAR´s eram miragens, o tratamento da água resumia-se muitas vezes à desinfecção (cloragem), os lixos eram recolhidos em camiões........

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