Pela valorização das elites baseadas no mérito
Num tempo em que o termo “elite” é frequentemente confundido com privilégio imerecido, é urgente restaurar o seu verdadeiro significado. Não se fala aqui em quem nasceu num berço de ouro ou subiu com base numa influência familiar, mas sim de quem, com esforço, inteligência e dedicação, construiu uma reputação sólida no seu campo e agora decide pôr essa experiência ao serviço da causa pública, pessoas que provaram o seu valor antes da política, e não por causa dela. Um país que não protege os seus melhores, e não lhes dá palco, está condenado à mediocridade.
Numa altura em que o descrédito da política alastra e os cidadãos se afastam do debate público, urge reabilitar essa ideia: a de que precisamos das melhores cabeças e das pessoas mais capazes para liderar, e que a política deve ser um terreno fértil para elas, não uma máquina de triturar mérito em nome de fidelidades partidárias.
Durante demasiado tempo, a política foi sequestrada por lógicas de obediência e fidelidade. Os partidos, embora fundamentais na democracia, deixaram-se dominar por dinâmicas internas que desvalorizam o mérito em favor da lealdade. Em muitos casos, ascende quem melhor joga o jogo interno, não........
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