A mudança do centro espiritual europeu
Das críticas de Holbach, ao proto-ateísmo de Jean-Jacques Rousseau, o Homem europeu vem a divorciar-se da sua fonte histórica de espiritualidade, com maior afinco, aproximadamente, desde o século XVIII.
Esta situação tem-se agravado nas últimas décadas. Segundo um estudo do Pew Research Center publicado em 2025, a proporção de europeus que se identificam como cristãos diminuiu de forma consistente ao longo da última década, situando-se em cerca de dois terços em 2020. O mesmo relatório destaca que, em países como França, Reino Unido, Países Baixos ou República Checa, a identificação cristã já não constitui uma maioria em diversos indicadores de identificação religiosa. Embora os valores variem conforme o critério e o estudo considerado, todos parecem convergir numa mesma conclusão: o divórcio do Homem europeu da prática religiosa vem a ocorrer e aprofundou-se nas últimas décadas.
Outra mudança importante está na diferença entre identidade e prática. Muitos europeus continuam a afirmar que “são cristãos”, mas a maior parte raramente ou nunca participa em qualquer forma de vida religiosa. Surgem assim pessoas que mantêm o rótulo cultural, mas vivem afastadas da fé, da oração e da comunidade. Nasce o cristianismo “de nome”, onde a ligação espiritual se vai perdendo e os valores se vão dissipando, mesmo que a palavra continue presente.
A queda da ligação do Homem europeu à sua fé cristã é marcada por muitas fissuras, confrontos e desilusões, desde as Reformas Protestantes ao Iluminismo, culminando no clímax da Revolução Francesa. Em comum a todos estes momentos históricos, está uma constante crítica, ora dirigida à Igreja enquanto instituição, ora à própria Fé Cristã e aos seus valores.
Mas as críticas ao pensamento religioso não são fenómenos modernos, pelo que não se lhes pode atribuir isoladamente a responsabilidade pela queda dos valores cristãos na........





















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