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A viagem da flotilha e os passeios nas galeotas

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06.10.2025

Espantam-me sempre as galeotas, vivamente coloridas, e sempre fortemente históricas, que me é dado olhar quando passo por lá, pelo pavilhão das Galeotas, no Museu de Marinha, em Belém. Fi-lo há dias, a fim de assistir a um seminário dedicado ao tema «Os 1700 anos do Concílio de Niceia» que, obviamente, nos fez recuar – aos participantes nessa sessão – até ao século IV, e recordarmos os tempos em que – dado o state of the art da arte de navegar nessa altura – viajar por via marítima era sempre uma aventura para os embarcadiços – fossem eles tripulantes, meros viajantes, emigrantes, ou então pessoas levadas pelo intuito de missionação que demandavam terras só atingíveis por mar. Nessa ocasião temporal, o inimigo vindo do mar era, ou o próprio mar quando parece irritado com o mundo inteiro, ou uma frota inimiga. A hipótese de um conjunto de cidadãos – de nacionalidades diversas – reunidos numa flotilha a fim de, em conjunto, manifestarem a intenção de demoverem as autoridades de decisões por elas tomadas, inscrever-se-ia tão só no contexto lúdico de uma imaginativa criação teatral. Sem mais.

Com efeito, não consta nos livros de história que, nesses anos de muitas incertezas políticas e de utilização descomplexada da força para dirimir as questões do foro interno, tenha........

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