Não deixem as tascas morrer
Ao andar por Lisboa e, ocasionalmente pelo Porto, ter dificuldades em encontrar uma típica tasca portuguesa é uma coisa que me entristece.
A tasca típica portuguesa é o espaço tendencialmente tosco, com pratos típicos da gastronomia nacional, feitos pelos verdadeiros chefes da cozinha – sim, pessoalmente, prefiro mil vezes os cozinhados da Dona Lurdes, aos do chef com estrela Michelin – onde os clientes habituais contam as suas histórias e discutem política e futebol com a sua sabedoria popular. Um ambiente modesto, cheio de vida, cheio de cheiros e sabores.
Qualquer um pensa numa tasca como um local pequeno, castiço, com velhotes a beber um copo 3 de vinho tinto, refeições caseiras – muitas vezes cheias de óleo – toalha de papel branca, com loiça simples e sempre com um empregado (muitas vezes o dono) castiço, com um jeito próprio de servir.
Nas tascas típicas portuguesas encontramos empregados ou donos que tem um jeito muito característico e que os eleva para um patamar de excelência de atendimento. Por vezes, pela sua extrema simpatia – como é o caso do Sr. Manel da Cabana da Estrela, outras pela sua alegria, como é o caso da tia Lili do Baiuca no Bairro Alto, outras pelo seu jeito familiar como a Senhora Isabel da Central da Estrela, e outras ainda pelo seu jeito........
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