Morreu a FCT! Agora há que ler a única avaliação da defunta
A Ciência (C) é o motor do desenvolvimento socioeconómico: hoje já não se inventa nada sem se saber muito, pois toda a Tecnologia (T) é de base científica; ora, tendo a inovação uma exclusiva base tecnológica, podemos concluir que o conhecimento científico e a investigação que o produz constituem, de facto, a fonte de todo o progresso. O investimento sustentado em C&T é necessário ao desenvolvimento, é a solução do futuro, é a segurança social colectiva. Diga-se que a fracção do PIB investida em C&T em Portugal é ridiculamente baixa para ser, de facto, a nossa segurança social.
Pela conjugação de uma série de factores, incluindo o estímulo à formação doutoral no estrangeiro promovido por Mariano Gago enquanto Presidente da JNICT (organismo antecessor da FCT), bem como o acréscimo do investimento público nestas áreas, a investigação científica em Portugal saiu da cepa torta onde sempre estivera (com raras e honrosas excepções), a partir dos anos 90. Em 1997, Mariano Gago, então Ministro da Ciência e Tecnologia, criou a FCT, cuja extinção acaba de ser anunciada pelo actual Governo.
Nos 28 anos da sua história, a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) só uma vez (2015) foi avaliada por uma comissão externa e independente. É verdade que o seu criador parecia pouco dado a avaliações: por exemplo, os primeiros 12 Laboratórios Associados, estruturas de investigação científica com um financiamento especial, designados pela sua excepcional qualidade “estruturante”, foram nomeados pelo ministro sem qualquer concurso público ou........
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