Sei que não voto por aí
Uma pessoa ouve “taxa de rejeição” e agarra-se à carteira. No país em que estamos, o mais certo é quererem agora que também pague imposto por tudo o que não quer, já que já paga por tudo o que quer – duas vezes: o preço, pelo que quer; o imposto, por querer. Mas, por uma vez, eis uma taxa que não lhe vai ao bolso; antes vem do coração, da cabeça, do instinto ou do intestino, que é mais ou menos a mesma coisa. A taxa de rejeição é o indicador político, estudado pelas sondagens, do que não queremos – e talvez não lhe andemos a prestar a atenção que deveríamos.
Acerca da perplexidade perante o crescimento da extrema-direita já estamos todos confessados e conversados: “donde vem?”, “mas porquê?”, “porque é que as pessoas estão tão zangadas?”, “como é que não vêem o perigo?”, “como é que não vêem as contradições?”, “não lêem”, “não sabem”, “fascistas”, e por aí adiante. De cada vez que radicaliza o discurso e exalta mais um fiel, cria do outro lado mais um anticorpo, mais uma resistência. É ver os estudos: André Ventura e o Chega têm, indiscutivelmente, muitos simpatizantes e seguidores, mas também têm uma taxa de rejeição altíssima. Certo? Certíssimo. Então, e a esquerda? Causará a mesma repulsa? “Oh, não… Portugal é um país de maioria sociológica de esquerda, não é? O PCP até goza de uma certa simpatia, faz um bom trabalho autárquico, Cunhal era admirado, não estamos........





















Toi Staff
Sabine Sterk
Gideon Levy
Penny S. Tee
Waka Ikeda
Daniel Orenstein
John Nosta
Grant Arthur Gochin