Os papagaios que dão a mão
O desastre nas urnas, a oposição forçada e um futuro nebuloso provocam desnortes espectaculares. A cada semana, a esquerda inventa uma polémica. Na que agora acaba, foram as alterações na disciplina de Cidadania e Desenvolvimento. Na anterior, as barracas de Loures. Na anterior a essa, a Lei da Nacionalidade e a relação do governo com o Chega. É possível que a próxima polémica, que já se esboça, seja a nomeação de Álvaro Santos Pereira para governador do Banco de Portugal. Ou outra que se ponha a jeito, que a esquerda é óptima a simular escândalos.
Talvez por serem simulados, a característica mais evidente e engraçada dos escândalos é a reacção invariavelmente unânime dos comentadores ao serviço da esquerda, incluindo muitos dos que se afirmam de “direita”. Falo dos políticos que, por razões que escapam ao bom senso, são chamados a comentar a actualidade, de profissionais do palpite que em teoria (mas não na prática) vão às televisões e aos jornais comentar com “isenção” e de meros amadores espalhados pelas redes sociais. O ponto é que todos, sem excepção, dizem exactamente as mesmas coisas sobre os mesmos assuntos. É quase fascinante. E é para lá de ridículo.
A título de exemplo, veja-se o episódio da Cidadania. Com atraso e timidez, o governo anunciou a eliminação de parte (parece que apenas de parte) das crendices “identitárias” dos currículos na disciplina em........
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