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Jogos sem fronteiras

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26.10.2025

Não duvido que o racismo e a xenofobia são um flagelo de imensas épocas e geografias. Mas no Ocidente actual um flagelo maior tem sido o medo de se ser acusado de racismo e xenofobia. Nem falo do que acontece em democracias extintas, como a do Reino Unido, em que o medo de ser detido e condenado à prisão por ténue suspeita desses males é inteiramente justificado (a cada ano, milhares de cidadãos são no mínimo interrogados por opinar na internet – leia-se por “discurso de ódio”, o disfemismo em voga). Falo do ambiente nas democracias que talvez ainda mereçam o nome, e que fez com que a Europa, sobretudo a Europa, tivesse de assistir calada a uma das maiores vagas migratórias da História sem esboço de resistência ou pio.

Na verdade, houve quem piasse, e notasse que autorizar a entrada, por exemplo em Portugal, de uma quantidade de pessoas equivalente a 11% da população numa década era capaz de não ser uma medida fantástica. Além da entrada franca, boa parte dos forasteiros carregava hábitos, valores e, digamos, visões do mundo ligeiramente incompatíveis com os praticados por cá. E quando as diferenças culturais (e as pressões económicas) não são suficientes para causar problemas, a pobreza e a marginalidade em que muitos inevitavelmente caem encarregam-se do resto. Porém, os imprudentes que ousaram questionar o arranjinho viam-se de imediato........

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