A Europa está abaixo de Costa
Recordam-se da época em que a Europa prometeu voltar a ser grande, perdão, Grande? Aconteceu há meia dúzia de meses, após os novos ventos que passaram a soprar do lado de lá do Atlântico e abalaram o saudável equilíbrio que durava há décadas: a América pagava a NATO e todos os membros beneficiavam equitativamente do arranjinho. O sr. Trump, que é maléfico, imbecil, louco ou “putinista” (seleccionar no máximo quatro hipóteses), decidiu sem qualquer motivo que o arranjinho era injusto e exigiu dos europeus um aumento das contribuições para a Aliança. Os intoleráveis desvarios resvalaram naturalmente para o problema da Ucrânia, cujo financiamento aquele descontrolado personagem também ousou questionar. A Ucrânia, que a Europa apoia com quase metade do empenho económico com que financia o Kremlin através da importação de produtos russos, foi a gota de água que fez transbordar o copo da paciência europeia.
O velho continente, adormecido pelas contingências da idade e entretanto despertado por teorias que colocavam os EUA no papel de súbito inimigo, ou ex-amigo, vá lá, acordou. Acordou e, sem sequer se distrair com a higiene matinal, vestiu fato e lançou-se em discursos épicos sobre o seu futuro, um futuro radioso e bélico, repleto de milhões de soldados a marchar e biliões de euros a voar. A Europa, apesar de nos últimos anos ter engordado em 15%........
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