menu_open Columnists
We use cookies to provide some features and experiences in QOSHE

More information  .  Close

A Desprezível Armada

8 30
05.10.2025

Na manifestação portuense organizada trinta segundos após o “sequestro” da “flotilha”, a RTP ouviu uma das manifestantes: “Não adianta reconhecer o estado palestiniano quando as pessoas estão a morrer! O que é preciso é [palavra imperceptível] já, para que deixem de morrer crianças, homens, mulheres! Para que acabe a fome! Não podemos compactuar com um estado que é… já o seu primeiro-ministro… o primeiro… o [palavra imperceptível] primeiro-ministro é procurado [palavras imperceptíveis] internacional! …Designado como genocídio o que se está a passar em Gaza… Nós não podemos ficar calados e ver as pessoas a morrer! À fome! É desumano! Eu acho que qualquer pessoa com um mínimo de humanidade não pode ficar em casa sem deixar de condenar o que se está a passar.”

Seria difícil ao repórter não ouvir a senhora, que berrava quase o bastante para dispensar a mediação televisiva. Mesmo sem transmissão, os gritos desde a Praça D. João I atingiriam pelo menos Santo Tirso e Amarante. E não era apenas o volume que impressionava: a senhora, de meia-idade e com o obrigatório lencinho com padrões do Boavista pelos ombros, encontrava-se evidentemente transtornada com aquilo que acredita estar a suceder em Gaza. Aposto que, caso o SNS funcionasse em condições e a saúde mental não andasse votada ao desleixo, mal se........

© Observador