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A indústria de defesa europeia é mesmo europeia?

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26.06.2025

Para alcançar a desejada autonomia estratégica no domínio da defesa e reduzir a dependência dos sistemas de armas americanos, a União Europeia está a investir muito dinheiro no desenvolvimento da indústria europeia de armamento. Mas a indústria de defesa é, por definição, um sector internacional, então quão europeias são as empresas de defesa europeias? É claro que nas empresas que estão em grande parte nas mãos do governo, como os grandes estaleiros navais, como o italiano Fincantieri e o francês Naval Group, ou a empresa privada francesa pur sang Dassault, as estruturas de propriedade são claras. Mas como é nos grandes e privados campeões da indústria de defesa europeia?

Os três grandes e mais atractivos intervenientes europeus no domínio da defesa são actualmente os grupos privados BAe Systems, com sede no Reino Unido, Leonardo, com sede em Itália, e Rheinmetall, com sede na Alemanha. O trio deverá ter um volume de negócios em 2024 de 28 mil milhões para a BAe Systems, 21 mil milhões para a Leonardo e 10 mil milhões para a Rheinmetall, respetivamente. Estas três campeãs dominam a Europa em quase todas as áreas de defesa e segurança: em termos de aviões de caça, tanques e artilharia, veículos blindados, tecnología espacial, munições, etc. Estão presentes em todos os mercados e são — como fornecedores das forças armadas — de vital importância para quase todos os Estados-membros da UE e/ou da NATO.

Mas quão europeias são estas empresas, na verdade? A Rheinmetall, que anteriormente (até à Segunda Guerra Mundial) pertencia à antiga fabricante de armas alemã Krupp, tinha uma

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