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A importância de ser nabo

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22.05.2025

Ando francamente desgostoso: não tem sido um bom ano para os nabos (Brassica rapa subsp. rapa). Por mais belos que pareçam no mercado, a sua dissecação na cozinha revela interiores invariavelmente cavernosos, castanhos, ressequidos e fibrosos – tudo menos apetecíveis.
Aprecio imenso este vegetal da família das brássicas (parente próximo da couve, mas também do rabanete, da rúcula e da mostarda), tanto pela sua raiz branca, amiúde tingida de rosa e violeta – o nabo propriamente dito (na imagem, óleo de Odilon Redon, c. 1875, Museu de Orsay) – como pelas viçosas folhas verdes (as chamadas nabiças, quando jovens). De origem europeia, já fazia parte da alimentação humana antes mesmo do aparecimento da agricultura, há 10 000 ou 12 000 anos. O seu consumo manteve-se elevado na Europa até ao século XVIII, altura em que começou a ceder lugar à batata.
De sabor subtilmente terroso, levemente adocicado e com um toque picante (denunciando a proximidade genética com a mostarda, cujas sementes são ricas em isotiocianato de alilo, um composto orgânico que contém enxofre e nitrogénio, tal como o........

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