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O Matuto e a Com – Paixão

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22.04.2025

O Matuto não tem telemóvel (celular no Brasil, por favor). E, não sente falta do bicharoco – um ditador a tiracolo. O Matuto é antes de mais um olho que lê, do que um dedo que digita. Na realidade, o Matuto acredita que os livros irão salvar o mundo e não a tecnologia. Mas, adiante!

A propósito, o Matuto leu numa crónica da Maria do Rosário Pedreira que Alberto Manguel, aquele que em tempos leu para Borges e ajuntou mais livros do que formigas num carreiro, disse que foi num romance que sentiu, pela primeira vez, a dor que não era sua. Que o primeiro golpe de compaixão veio com Coração, de Edmondo de Amicis. Que mais tarde, entre as páginas de Jane Eyre, Anna Karénina, Dom Quixote ou David Copperfield, aprendeu a chorar as lágrimas dos outros, como se fossem suas. Ora, o Matuto — que não sendo doutor, nem cientista, tem o coração ainda inteiro — deu por si a concordar. E não foi preciso nem um palacete nem uma biblioteca com nome pomposo.

A Belinha, a visita conservadora da ‘Casa das Pontes’, saiu-se com uma novidade curiosa. Parece que certos estudiosos — desses que olham para o mundo com microscópio e gráficos — concluíram que afinal ler ficção faz bem ao coração. “Não o músculo que bate no peito, mas aquele que nos faz atravessar a rua para ajudar alguém com sacolas pesadas” – elucidou a Belinha. “É um estudo seríssimo (a predilecção da Belinha pelos superlativos continua) da New School of Social Research, nos Estados Unidos”. O Marcello, a visita reacionária das ‘Pontes’,........

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