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Jacques Heers, a História e a memória

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02.07.2025

Foi ainda na adolescência, quando devorava aquelas colecções de livros encadernados do Círculo de Leitores que sintetizavam a História da Europa e do mundo, que tive o meu primeiro encontro com Jacques Heers (1924–2013). No segundo volume da História Universal, dedicado ao Mundo Medieval, publicado em 1977, descobri uma Idade Média bastante diferente da que era ensinada na escola e daquela com que me maravilhava nos romances de cavalaria. Era a chegada a um novo mundo, que me faria desconfiar para sempre da consagrada classificação «Idade das Trevas» e aguçar a minha curiosidade por um período fascinante. Naturalmente, Heers foi um historiador que muito marcaria o meu percurso académico, especialmente pelo seu estilo independente e pelas suas conclusões de grande mérito para a investigação séria.

Formado na Sorbonne, Jacques Heers tornou-se professor e, em 1951, investigador do conceituado CNRS. Por indicação de Fernand Braudel, foi enviado para Itália para desenvolver a sua tese de doutoramento sobre Génova no século XV, que defendeu na Sorbonne em 1958. Foi assistente de Georges Duby na Faculdade de Letras de Aix-en-Provence e depois professor em várias universidades, como Argel, Caen, Roeun, Nanterre e na Sorbonne, onde foi director de Estudos Medievais.

Nesta carreira brilhante, foi influenciado por Braudel........

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