A dar em quê?
Num livro quase ignorado de 1835 e escrito por Alexandre Dumas (Pai) – Uma Noite em Florença – lê-se de entrada que a liberdade ou a escravidão dos povos provém das diferentes ‘condições topográficas’, ou seja, a geografia determina muito a história: «O mar, como o deserto, é um refúgio contra a tirania; os homens que vivem sempre entre a água e o céu, entre a imensidade e o infinito, dificilmente reconhecem superioridade que não seja a de Deus». E exemplifica com o rendilhado costeiro da pequena Europa, grande nas viagens marítimas, em contraste com a ‘sólida Ásia’ e a ‘intransitável África’, enquanto a ‘dupla América que divide em dois o globo’ é exemplo das repúblicas então nascentes. Pode parecer excessivo, mas é verdadeiro. Aliás, a geopolítica nasce da inevitabilidade do critério geográfico. Os mapas mandam!
Diz Aristóteles que a alma é a forma substancial do corpo pela qual o ser seja o que é. A forma geográfica de Portugal também ela é significação da alma portuguesa e, não por acaso, este........
© Jornal SOL
