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O aviso de Klaus Mann. A barbárie e o ódio do Chega: como explicar?

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26.06.2025

A sua tentativa de compreender tudo redunda numa espécie de complacência em relação à juventude que é um tanto excessiva. Nem tudo o que a juventude faz nos aponta o caminho do futuro. Eu, que o estou a dizer, sou eu próprio jovem. Ora, a maior parte das pessoas da minha idade – ou ainda mais novas – optou pela regressão com o entusiasmo que devia estar reservado para o progresso. É uma coisa que não podemos aprovar. Sob nenhum pretexto».

Estas são palavras de Klaus Mann insertas num livrinho que a Gradiva em boa hora reeditou: Contra a Barbárie – um alerta para o nosso tempo. São palavras dirigidas a Stefan Zweig que, no afã de querer encontrar na juventude a esperança contra o totalitarismo nazi-fascista, nela depositava uma inopinada crença, ilegítima, segundo Klaus Mann em face dos factos: a radicalização dos mais novos. A simpatia de Zweig pela juventude – di-lo o autor de Contra a Barbárie – impedia o grande escritor de ver em que consistia a revolta dos nacionais-socialistas. Pergunta: «Em que sentido se radicalizaram? É esta a questão que temos, afinal, que colocar. O radicalismo não pode, só por si, ser considerado algo de positivo, sobretudo quando não tem imaginação e assume comportamentos criminosos, como é o caso dos nossos cavaleiros da cruz gamada. Partir montras e........

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