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A poesia contra o nojo

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21.08.2025

Neste tempo de cobardias várias e de monstros ou monstruosidades que se vão multiplicando, recordo o que, recentemente, Richard Gere, celebrado actor americano, leu.

Trata-se de um poema de Mahmoud Darwish, um dos mais conhecidos poetas palestinianos e cuja temática se prende com a luta e o exílio, temas caros à própria poesia portuguesa, de Camões (a Canção X) a Garrett («liberdade ou morte!», grito de revolta no contexto do vintismo), de Bocage (voz da liberdade erótica na época das «moscas» do Pina Manique, adepto da Revolução Francesa e, por isso, perseguido) a Antero (poeta-filófoso, espírito maior das «Conferências Democráticas do Casino», de Maio de 1871) e Junqueiro (um precursor da poesia de compromisso); de Cesário («Há, sobretudo, uma causa com a qual simpatizo imenso: é o protesto franco e salutar em favor do povo», escreve a Silva Pinto) e de António Nobre («Vem, Georges, ver o meu país de marinheiros!» a Jorge de Sena (o exílio é nele sinónimo de luta: («Não hei-de morrer sem saber / qual a cor da liberdade!»); de Ramos Rosa (cf. «Poema do Funcionário Cansado») a O’Neill («Um Adeus português» é o grande poema anti-fascista), a Ruy Belo («o meu país é o que o mar não quer»), ou, mais recentemente, poetas como Armando Silva Carvalho (em Lisboas, por exemplo, publicado no ano 2000), ou, Rui Cóias em Europa, colectânea de poesia vinda a lume pela Tinta-da-China em 2016,........

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