Participei esta semana numa missão do Parlamento Europeu ao Japão, onde decorreram encontros formais com representantes das duas câmaras do Parlamento japonês e Membros do Governo nipónico.
Tóquio recebeu-nos com a serenidade elegante que lhe é característica. Durante dois dias intensos, parlamentares europeus e japoneses sentaram-se frente a frente – não como estranhos a procurar pontos de contacto, mas como velhos aliados a redescobrir o valor de uma amizade estratégica, agora posta à prova por um mundo em rápida mudança.
O Japão não é um parceiro qualquer para a UE. É, na verdade, um dos seus aliados mais antigos e consistentes na Ásia. Desde o Acordo de Comércio Livre assinado em 2019 – um dos maiores pactos comerciais bilaterais do mundo – até à Parceria Estratégica UE-Japão, assinada mais recentemente, os dois blocos têm vindo a consolidar uma relação baseada em valores comuns, interesses económicos partilhados e uma leitura atenta das tensões geopolíticas do presente. Mas já não basta ser uma parceria baseada em valores democráticos comuns – é preciso que ela produza efeitos tangíveis em........

© Jornal SOL