Operação Marques
Há quem diga que o caso que envolve a humorista Joana Marques e a dupla de cantores Anjos é um processo que desperdiça tempo e recursos. Quando, no primeiro dia do julgamento, se arranca com uma análise a "uouous", eu não consigo concordar com a maioria. Foi um julgamento que, por coincidência, esbarrou no da Operação Marquês e é capaz de ter sido quase tão mediático como o que envolve um ex-primeiro ministro de Portugal. O burnout dos jornalistas que são chamados para acompanhar estes casos é tal, que eu só espero que tenham dado férias à jornalista Tânia Laranjo em agosto.
Eu também fui até ao palácio da justiça assistir às sessões de julgamento e posso adiantar que como palácio deixou muito a desejar. Foram sessões que mereceram “dress code” apropriado, como se de um festival de verão se tratasse: roupa leve e clara, água fresca e leque. O calor era tal dentro da sala, que começo a acreditar naqueles chatos que dizem que os humoristas vão para o inferno. Isto é que devia encher as notícias. Não tanto o conteúdo do que se passa dentro da sala do tribunal, mas o tribunal em si. Como é que um órgão de soberania não tem uma coisa tão básica como ar condicionado dentro das salas? Como é que a palavra é o fundamental e tem de se interromper permanentemente o pensamento porque de repente passou um avião que vai fazer escala em Frankfurt? Juro........
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