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A Ambipar e as pirâmides “esverdeadas”

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Em janeiro último, os brasileiros que não operam no sistema financeiro foram apresentados à Ambipar, uma impressionante empresa até então quase desconhecida da grande maioria, com a qual o Ministério dos Povos Indígenas (MPI) assinou um protocolo de intenções para a prestação de uma série de serviços nas terras indígenas nacionais.

Uma nota oficial do ministério listava os serviços: projetos de conservação e recuperação ambiental; promoção da economia circular; gestão, destinação e disposição de resíduos sólidos; suporte técnico para prevenção e resposta a eventos extremos e desastres, como incêndios e enchentes, entre outros; reflorestamento de áreas desmatadas e projetos de bioeconomia e serviços ecossistêmicos.

Chamou a atenção o fato de o anúncio ter sido feito durante a reunião anual do célebre Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça, onde a participação brasileira se concentrou na agenda das “finanças verdes”: a conversão dos biomas nacionais em prestadores de “serviços ambientais” aptos a atrair investimentos ditos “sustentáveis”.

Em fevereiro, a empresa anunciou o levantamento de US$ 450 milhões no mercado internacional em green bonds, títulos de dívida vinculados a ações e programas de sustentabilidade, com vencimento em 2033.

Na coluna de 4 de fevereiro (“A Ambipar e o lado negro das ‘finanças verdes’”), comentei que a empresa havia fechado cinco contratos com o MPI em 2024, no valor de R$ 480,9 milhões, para prestar diversos outros serviços logísticos em terras indígenas.

Igualmente, observei as suspeitas despertadas na Bolsa de Valores B3........

© Gazeta do Povo