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Os gatos pardos

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A última semana iniciou-se de forma promissora para a democracia brasileira, marcada pelo indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e comandantes acusados de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito, tentativa golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado. Particularmente, os votos de Cármen Lúcia e de Flávio Dino foram os mais midiáticos, porque retumbantes ao explicitar: “Ditadura mata!”. Mata nas prisões. Mas mata de fome ou pelo descaso com a educação e com a saúde.

 

E aí está o problema: tais mortes nem são contabilizadas. Que o digam as mais de 700 mil vidas perdidas no Brasil durante a Covid 19, ao longo do governo Bolsonaro, conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), o segundo país que mais registrou óbitos em números absolutos, atrás apenas dos Estados Unidos. Foram tempos em que o então presidente abriu a guerra de narrativas ao enfrentamento científico da doença e insuflou a população a se insurgir contra prefeitos e governadores que seguiam as orientações no combate à disseminação da doença.

 

 

A unanimidade por tornar os acusados réus lavou a alma da metade do país que não aguenta mais a extrema direita e os seus algoritmos promotores de mentiras e campanhas de desinformação virtuais. A decisão do STF, somada à fuga do deputado federal agora licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para os Estados Unidos, além da manifestação fracassada do Rio de Janeiro pela anistia de envolvidos, deu um sopro de alento.

 

O Brasil parecia começar a virar esta triste página de sua história. Até mesmo o Executivo federal, que parecia padecer de imobilismo militante, saiu das sombras e apresentou o seu projeto de justiça tributária ao país. Tudo muito tímido, mas é assim que caminha este Brasil, onde o povo segue marginalizado da política e ainda mais marginalizado nos ganhos econômicos e........

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