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Camões, poeta e soldado

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Fiz um dia a seguinte pergunta a Olga Ovtcharenko, autora ainda na era soviética da primeira tradução de Os Lusíadas para russo a partir do português: “Camões, comparado com outros autores famosos da época, como o inglês William Shakespeare, tem uma diferença, que é ter sido soldado e viajado muito. Esteve na Ásia, também em África. Isso dá mais vida àquilo que escreveu?” A resposta foi breve, mas sem deixar margem para dúvidas sobre a relevância da carreira de armas do poeta português do século XVI: “ Com certeza. Não lhe falta o engenho e o estudo, com muita experiência à mistura.”

Engenho, ou talento, e estudo, ou muita cultura, não faltavam a Camões. Mas ver o mundo fez certamente diferença na sua obra, de que Os Lusíadas são o expoente. E o autor da grande epopeia portuguesa, um seguidor de Homero e de Virgílio, viu o mundo graças a ser soldado. Não foi caso único na sua época entre os homens de letras, pois se Shakespeare realmente nunca terá saído de Inglaterra, já o espanhol Cervantes combateu em Lepanto e foi espião em Argel, mas é........

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