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Não sejamos hipócritas

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Cansada de violência, farta de ler notícias sobre pessoas assassinadas por causa de um celular, horrorizada com a história da moça desfigurada e morta porque não quis ficar com um traficante no baile funk, revoltada com a informação de que os "donos do morro" atiram em cachorros porque o latido deles atrapalham seus "negócios", confesso que, ao ver pela primeira vez a foto dos corpos enfileirados na Praça São Lucas, na Penha (RJ), não senti pena.

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Se "pena", aliás, for entendida como condescendência, clemência e compaixão, como definido por alguns dicionários da língua portuguesa, reafirmo: não tenho pena. Assim como você, achei um deboche a postagem de Oruam, o filho do traficante Marcinho VP: "Por trás do fuzil, tem um ser humano".

E por acaso o ser humano que segura o fuzil enxerga algum traço de humanidade naqueles que julga, condena e executa no "tribunal do morro"? Nas mulheres torturadas em barris de gelo, nos homens queimados vivos nos "micro-ondas"; nas mães, que recebem pacotes com pedaços de seus filhos?

Dito isso, também ressalto: se não tenho pena dos traficantes, muito menos aplaudo a operação orquestrada pelo........

© Correio Braziliense