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Tapas e beijos

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27.09.2025

José Sarneyex-presidente da República, escritor e imortal da Academia Brasileira de Letras

Uma nova maneira de fazer "diplomacia"(!) está sujeita hoje ao estilo de Donald Trump, do bate e assopra, cujo exemplo maior foi o bate-boca com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que, depois do arranca-rabo, marchou para um acordo das terras raras cedidas e concedidas aos Estados Unidos, em troca de drones e foguetes.

O caso do Brasil também foi complicado. Trump sofreu imprevistos: a escada rolante do edifício-sede da ONU deixou de funcionar, o que ele rapidamente classificou como sabotagem. E muito mais incômodo: ocorreu a falha do seu teleprompter, uma verdadeira tragédia para quem precisa discursar. Ele aproveitou essa pausa forçada e usou seu tempo para relatar o encontro de 38 segundos com o nosso presidente Lula. Trump disse ter gostado da conversa e revelou que "rolou uma química" entre eles. Mais tarde, Lula, por sua vez, confessou que também sentiu a mesma "química".

Segundo a definição do Houaiss, química é o "estudo científico da constituição da matéria, suas propriedades, transformações e as leis que as regem". Mas não é essa a que rolou entre ambos: foi a "química" da linguagem popular, do surgimento de um clique entre pessoas, difícil de explicar racionalmente, mas sentido de........

© Correio Braziliense