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O enfrentamento à violência contra mulher

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26.03.2025

Ronney Augusto Matsui Araujomestre em governança e desenvolvimento pela Fundação Escola Nacional de Administração Pública (Enap), delegado da Polícia Civil do DF

Março, o Mês Internacional da Mulher, relembra conquistas históricas a partir da marcha de Nova Iorque de 1908 — o direito à participação política, avanços na educação e no mercado de trabalho. No entanto, a violência contra a mulher persiste e tem se agravado, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. De 2023 para 2024, observa-se aumento nos índices: feminicídios 0,8%, tentativa de feminicídio 7,1%, violência doméstica 9,8%, stalking 34,5%, ameaças 16,5%, violência psicológica 33,8%, estupros 6,5%, importunação sexual 48,7% e divulgação de cenas de estupro/sexo/pornografia 47,8%.

Relatórios da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP/DF) apontam que, em 2022, foram registrados 266 estupros, 294 em 2023 e 319 em 2024 — um crescimento de 19,9%. No mesmo período, as ocorrências de violência doméstica ou familiar passaram de 16.949 em 2022 para 20.867 em 2024 (aumento de 23,1%). Entre 2015 e 2024, 209 feminicídios foram registrados no DF, com 23 casos em 2024 e 30 em 2023.

A violência contra a mulher e o feminicídio configuram problemas complexos (ou wicked problems), com causas transversais que exigem uma ação integral: multidimensional e intersetorial. A eficácia do sistema de justiça, evidenciada pela........

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