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O ditador e o traidor

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16.03.2025

André Gustavo Stumpf — Jornalista

Na Ucrânia, bem antes da guerra, a palavra sovok, gíria local, se aplicava aos vestígios miseráveis da existência soviética, economia letárgica, burocracia corrupta, estagnação e tudo o que o governo da época representava. Esse conjunto de evidências apontava no sentido de que os jovens teriam a mesma vida medíocre, sem horizontes experimentada pelos respectivos pais. Esse entendimento permeou a sociedade, desde o pobre até o rico, e resultou em diversos tumultos e revoluções que terminaram por derrubar os governos pró-Moscou. Foi o início da confusão que desaguou na invasão do país pelas tropas russas.

Pequenos incidentes resultam em grandes terremotos políticos. A Ucrânia é apenas um exemplo, existem outros. Donald Trump, por exemplo. Ele pretendeu refazer a economia norte-americana mais ou menos como era no século 19, antes da globalização. E no momento em que o país não era líder do mundo ocidental, nem representava a vanguarda da defesa do liberalismo econômico e dos valores democráticos. Os Estados Unidos receberam milhões de migrantes pobres — inclusive a mãe de Trump, que chegou pobre ao novo país e casou com empresário rico — que ajudaram a construir o país com base no esforço individual e na liberdade de religião.

O desencanto dos ucranianos com seu país conduziu ao confronto com o vizinho poderoso. No Brasil, os índices de popularidade do governo........

© Correio Braziliense