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Cuidando do fogo e evitando incêndios no eterno país do futuro

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11.07.2025

Isabel B. Schmidtprofessora do Departamento de Ecologia da UnB e pesquisadora da Rede Biota Cerrado; Ane Alencar diretora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e integrante do MapBiomas

O Brasil se sente eternamente jovem, como se não precisasse ter pressa de se proteger. É essa alegada imaturidade que nos mantêm no topo dos países que mais desmatam no mundo. É nesse espírito de postergação que prosperam propostas temerárias, como o Projeto de Lei 2.159/2021, que tenta enfraquecer o licenciamento ambiental, abrindo caminho para ações destrutivas que nos afastam cada vez mais de um futuro desejável.

Por aqui, relatórios numéricos mostrando as consequências de nossas ações em séries históricas consistentes são raros, e muito necessários. Em 24 de junho, o MapBiomas Fogo lançou sua 4ª coleção (https://brasil.mapbiomas.org/mapbiomas-fogo/), aprimorando o monitoramento da ocorrência do fogo no Brasil nos últimos 40 anos. Em 2024, foram mais de 30 milhões de hectares queimados, somente 700 mil hectares a menos que em 2007, o recorde da série histórica.

Incêndios descontrolados são prejudiciais para a natureza, para o clima e para todos nós, seja pelos seus efeitos diretos, como a fumaça que afetou milhões de pessoas em 2024, seja por seus impactos cumulativos em um planeta cada vez mais instável. O dado mais assustador do Relatório Anual do Fogo (RAF) de 2024 não é apenas a........

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