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De Getúlio a Prestes, como sujar a própria imagem

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Em outro espaço, discutia-se o papel de Getúlio Vargas na urbanização do Brasil. Na verdade, a coisa começou por conta de uma ridícula comparação entre Lula e Getúlio, recentemente divulgada por um órgão de imprensa com grande penetração. Ambos não são comparáveis. São momentos históricos distintos, com graus muito diversos de desenvolvimento e visibilidade internacional, coisas que não interessam no momento. O que importa é que o debate girou em torno de o saldo de Getúlio ter ou não sido significativo para a industrialização do país, trazendo-o de uma economia predominantemente primária para outra predominantemente apoiada no setor secundário. Isso significa que o Brasil, na sua gestão, passou de uma enorme e ineficiente plantação para uma florescente indústria.

Evidentemente, o saldo jamais será positivo, porque nada justifica a violência ou a desonestidade intelectual do Estado, o que foi constante no período Vargas, mormente no Estado Novo. Ao mesmo tempo, não se pode negar que houve, sim, resultados positivos, mesmo que o saldo não o seja.

Como uma coisa leva a outra, vieram-me à mente dois eventos de março de 1936. Ambos me comprimem o peito e fazem pensar como muitos líderes se esforçam para sujar o próprio nome, a própria imagem. Trata-se da entrega de Olga Benário, judia, grávida e comunista, à Gestapo, que ocorreu quase concomitantemente com o assassinato de Elza Fernandes, cujo nome verdadeiro era Elvira Cupello Calônio.

A primeira era filha de um advogado alemão, uma mulher preparada intelectual e militarmente, com treino que se estendeu à pilotagem de aviões. A segunda, uma........

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