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“Se ele fosse narcoterrorista, por que estaríamos vivendo na miséria e não numa mansão?”

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O escândalo de corrupção do Master, BRB, Vocaro, Ibaneis, Castro, Centrão, Lira, Ciro, Rueda, Alcolumbre — tudo junto e misturado —, e as tornozeleiras violadas de Bolsonaro ofuscaram, por um momento, o massacre trumpista no mar do Caribe. É chegada a hora de voltar ao tema. Depoimentos de familiares dos pescadores mortos por execuções extrajudiciais começam a surgir. São amigos e parentes, pessoas simples, que não conseguem entender por que estão sendo dizimados pela maior potência bélica do mundo.

Da mesma forma que transformou camponeses vietnamitas em “comunistas-alvo” e civis iraquianos em “armas químicas ambulantes”, o império agora rotula pescadores pobres do Caribe como “narcoterroristas”, e os executa sem tribunal, sem testemunha, sem perícia, sem corpos devolvidos às famílias — estraçalhados pelos mísseis mortais lançados com autorização do presidente dos EUA e da máquina militar que ele comanda.

Nos últimos dias, novos relatos internacionais reforçam a gravidade do cenário. Segundo o The Guardian, ataques recentes ocorreram também no Pacífico Oriental, revelando que a campanha militar dos EUA deixou de ser apenas caribenha e se tornou hemisférica, atingindo embarcações longe de qualquer rota tradicional do narcotráfico. A AP News e a CBS News confirmam que, desde agosto, já foram registrados ao menos 20 ataques, tanto no Caribe quanto no Pacífico, consolidando a transformação de toda a região em um “teatro de operações” unilateral dos EUA. 

Segundo investigação da Carta Capital, os bombardeios norte-americanos já deixaram ao menos 70 pescadores mortos, número considerado mínimo por redes de comunidades costeiras de Trinidad, Venezuela e Colômbia. A ONU contabiliza 64 mortos ou desaparecidos em 15 ataques documentados. Algumas fontes alertam que o número real já ultrapassa 80 vítimas — pescadores pobres, invisíveis, descartáveis aos olhos do império. O The Guardian foi categórico: “Os ataques já mataram mais de 80 pessoas, de acordo com números do Pentágono.” Nenhuma prova de narcotráfico foi apresentada. Nenhuma apreensão. Nenhuma evidência material. Nada.

Especialistas da ONU afirmaram em nota oficial que os........

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