A política e o eucalipto
Hoje, a liderança local e distrital dos maiores partidos portugueses (do “arco do poder”) é disso exemplo: prospera o tipo de líder que se enraíza em tudo o que é debate público, opinião publicada e palco mediático. Cresce depressa, ocupa o centro, fala alto. Mas, tal como o eucalipto, deixa pouco espaço para outros pensamentos germinarem. O egocentrismo político não se limita à vaidade; transforma-se numa força de secagem democrática: esgota a reflexão coletiva, abafa a dissidência, repele a dúvida — essa forma sofisticada de inteligência. As agendas pessoais têm-se sobreposto, de forma notória, à agenda institucional dos partidos e aos critérios coletivos dos seus militantes.
Os dois maiores partidos portugueses continuam a fazer como a avestruz. Parece que o resultado das últimas eleições legislativas não provocou qualquer motivo de reflexão/preocupação, pelo menos........
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