SNS, diagnóstico e soluções. Pelo médico Pedro Melvill
Era difícil adoecer em Portugal há 50 anos. Não havia hospitais em quantidade e qualidade, os médicos dedicavam-se aos seus consultórios e clínicas onde atendiam quem podia pagar e o povo tinha direito às Caixas de Previdência, onde eram atendidos um pouco como sardinha em lata. Com o advento da função social do Estado fruto da revolução de 25 de Abril, foi criado o Serviço Nacional de Saúde (SNS), um pouco à imagem dos serviços semelhantes existentes no Reino Unido e nos países nórdicos, onde era o Estado a prover as necessidades em termos de cuidados de saúde às populações, independentemente do seu estrato social e económico. Implementou-se também nas Faculdades de Medicina um forte sentido de dever público que levou alguns milhares de jovens médicos a aderir sem reservas ao SNS. Foram definidas carreiras e, apesar de o salário não ser muito aliciante, garantia emprego para o futuro. Nos primórdios do SNS, não havia muita preocupação com os horários nem com as horas extraordinárias não contabilizadas, já que o que mais interessava era o serviço que era prestado.
Mas o SNS nasceu enviesado, com uma forte base de hospitalocracia, isto é, baseava a sua estrutura nos hospitais, que eram a parte fundamental do sistema, secundarizando a importância dos cuidados primários, esquecendo que a relação cuidados primários/cuidados hospitalares deveria ser a base da pirâmide, já que os doentes (depois apelidados de utentes) devem ir dos primeiros para os segundos e não destes para aqueles como tantas vezes acontece. E esta relação interpares deve ser personalizada, de médico a médico, e não impessoal, de serviço hospitalar para centro de saúde ou vice-versa, perdendo-se assim a relação direta de confiança que tem de existir entre pares do mesmo ofício que tratam do mesmo paciente.
Entretanto foram aparecendo, em contraponto às estruturas públicas, os hospitais privados que foram ganhando espaço devido à ineficiente (e inexistente) mudança de mentalidades indispensável para que........





















Toi Staff
Sabine Sterk
Gideon Levy
Penny S. Tee
Waka Ikeda
Daniel Orenstein
Grant Arthur Gochin
Beth Kuhel