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"Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará"

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Um artigo do John Burn-Murdoch, no Financial Times, de dia 27 de setembro, aborda um estudo do economista político Laurenz Guenther sobre a diferença de visões em questões de imigração e integração entre os políticos ditos mainstream – do centro-esquerda e do centro-direita – e o público em geral.

A pergunta-base é se se acha que os imigrantes devem adaptar-se aos costumes do país para onde vêm, mas a análise de Guenther vai muito mais além.

O cientista verifica que há um alinhamento muito razoável entre os políticos e o eleitorado nas questões económicas, de impostos ou intervenção do Estado, mas uma distância muito significativa em temas como imigração e justiça criminal.

Guenther conclui que foi através dessa falha entre eleitores e representantes que a extrema-direita populista se instalou.

Com a exceção da Dinamarca, a tal diferença de visão dos problemas da imigração e da integração entre os políticos, digamos, clássicos e o público varia pouco de país para país. Portugal, porém, destaca-se: nós somos um dos países em que essa falha é mais pronunciada.

Dando assim como boa a referida tese, está encontrada a razão do tão rápido crescimento da nossa extrema-direita e tudo leva a crer que não fique por aqui. Aliás, eram poucos os que desconheciam que sentimentos que o Chega agora exprime estavam presentes na nossa comunidade e que apenas precisavam de quem os corporizasse.

A tese dominante é simples e o autor do artigo do FT parece defendê-la: os políticos do centro-direita e do........

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