Um paradoxo para se pensar: e os conteúdos cheios de esvaziamento?
É possível decidir não tratar de um tema extremamente relevante no intuito de evitar que ele seja esvaziado? Sim, mas toda decisão traz consequências. Saber quando e como articular os conhecimentos adquiridos requer paciência, pragmatismo, comprometimento e método. Praticamente tudo o que os tempos atuais evitam ou não demandam no âmbito da comunicação social —e digital.
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Não são poucas nem raras as vezes em que se veem temas de grande relevância social sendo tratados como se em mesas de bar estivessem, nas quais o compromisso maior é com a liberdade de ser quem mistura catarse a fatos sem obrigação de fazer real sentido. A liberdade de não fazer sentido tentando parecer que há algum.
Os interlocutores têm o hábito de transpirar embriaguez ao relatar, com hálito de grandeza digno das maiores epopeias, conceitos sem fundamentação; práxis sem teoria. Constrói-se uma narrativa fantasiosa, baforada pelos dragões da intelectualidade e suas inquietas e criativas chamas do devir, que, entre um gole e outro, fabulam a condição de heróis. Para o bem ou para o mal, é bar. Conversa de bar.
A preocupação vem quando essa mesma imagem se transporta para espaços de grande impacto na formação e reformulação das pautas de interesse público e aos objetivos concretos........
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