Encurralado, Javier Milei lida com a maior crise de seu governo
Historiadora e jornalista especializada em América Latina, foi correspondente da Folha em Londres e em Buenos Aires, onde vive
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Javier Milei vive a maior crise de seu governo. Em sua origem estão a lavada que tomou na eleição legislativa da província de Buenos Aires e o desgaste provocado pelo escândalo de corrupção protagonizado pela irmã, Karina.
Os dois acontecimentos, porém, foram um pingo d’água num copo que já transbordava. Não é de hoje que sua única bandeira vitoriosa, a redução da inflação, já não basta para manter sua popularidade.
Um número de 1,9% ao mês é, de fato, um recorde na Argentina. Mas qualquer nação com esse valor de inflação estaria passando dificuldades. Ao ser abordado por alguém que lhe gritou que as pessoas não estavam conseguindo pagar as contas ao fim do mês, Milei respondeu com uma de suas típicas grosserias: "Então por que as ruas não estão cheias de cadáveres?".
Este é outro motivo de desgaste: sua verborragia agressiva. Quem vem tentando salvar o chefe neste setor é seu consultor político, Santiago Caputo, também conhecido como "El mago del Kremlin" ou o "Rasputin" da gestão Milei. Foi ele quem convenceu o presidente a não fazer um discurso agressivo após a derrota nas legislativas e, depois, elaborou um texto artificial divulgado em cadeia nacional.
O problema agora é que a margem de erro de Milei diminuiu. E muito.
No Congresso, a aritmética virou um obstáculo diário. © UOL
