A volta das políticas industriais
O uso da política industrial (PI) tem ganhado destaque no debate público ao redor do mundo, embalado pelo argumento de mitigar as consequências de possíveis novas interrupções nas cadeias produtivas globais —afetadas primeiramente pela pandemia e em seguida pela intensificação de conflitos geopolíticos— e pela demanda para acelerar a transição energética diante das grandes mudanças climáticas.
Um recente artigo do FMI, "The Return of Industrial Policy in Data" apresenta um abrangente banco de dados, chamado "New Industrial Policy Observatory" (NIPO), com o objetivo de capturar os desenvolvimentos da política industrial e contribuir para a avaliação empírica de seus efeitos econômicos.
Após 12 meses de coleta de dados, os autores registram um total de mais de 2.500 PIs em todo o mundo só para o ano de 2023, sendo 71% delas distorcivas ao comércio global. Cerca de 48% das PIs em 2023 ficaram concentradas nas principais economias: China, União Europeia e Estados Unidos.
No que diz respeito às motivações por trás das intervenções, as preocupações com competitividade têm sido o objetivo declarado para mais de um terço das medidas. As relacionadas às mudanças climáticas e à resiliência da cadeia de suprimentos representam 28% e 15%, respectivamente. A segurança nacional e as tensões geopolíticas combinadas são a justificativa por trás de uma em cada cinco medidas.
Segundo os autores, setores já bem estabelecidos na economia são os alvos mais........
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