Violência contra a mulher: horror familiar para a nossa literatura
Um dos momentos mais marcantes da literatura contemporânea é quando Roberto Bolaño constrói o seu deserto de sangue em "2666" (Companhia das Letras, tradução de Eduardo Brandão). O leitor é exposto a uma série quase infinita de mulheres assassinadas ao longo de 250 páginas.
Conforme as dezenas e mais dezenas de casos avolumam, o horror arrefece. A história se torna monótona, repetitiva. Com coragem literária e sob o risco de perder o leitor, Bolaño nos leva ao enfado. Aos poucos, o avolumar de corpos na paisagem árida transforma a barbárie em algo banal, corriqueiro.
É preciso estar atento para não nos habituarmos com o inaceitável, parece dizer Bolaño. Penso no chileno enquanto vejo os casos de feminicídio escalarem. Só neste ano, mais de mil desses crimes foram registrados no Brasil. Estamos num país onde pencas de homens se sentem seguros para intimidar, violar, espancar, torturar e assassinar mulheres tanto em casa quanto pelas ruas.
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Essa praga vexatória, filha do machismo e da misoginia, é um dos muitos elos que conectam países da América Latina. É o que as notícias indicam e a literatura, que sempre consegue ir mais a fundo na hora de esmiuçar os problemas, comprova.
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