menu_open Columnists
We use cookies to provide some features and experiences in QOSHE

More information  .  Close

Por que o SUS não tem cirurgia para a incontinência urinária masculina?

1 10
yesterday

Três em cada 100 homens que passam por uma cirurgia de próstata por causa de um câncer sentem urgência para urinar, não se seguram, e o líquido escoa pelo caminho. Não estou falando, aqui, da incontinência urinária temporária, que tende a sumir um mês após esse tipo de operação, mas daquela que persiste.

Notem: esse "três em cada 100" é a minoria da minoria dos casos. Mas, se você lembra que são cerca 71 mil brasileiros com câncer de próstata por ano, a maioria deles operados, então são mais uns 2.000 homens que deixam de controlar a micção só de janeiro a dezembro. E muitos na faixa dos 50 anos ou pouco mais de 60.

Para eles, até hoje o SUS (Sistema Único de Saúde) só oferece fisioterapia. Ela é, de fato, excelente para os quadros mais leves e pode ajudar bastante nos moderados. Só que, na incontinência grave, com escapes de grandes volumes de urina, a fisioterapia não surte efeito. E esses pacientes se vêm trocando fraldas cerca de quatro vezes por dia.

José Roberto de Toledo

Oposição entrega combate à corrupção ao lulismo

Jamil Chade

Senadores dos EUA tentam alternativa ao bolsonarismo

Camila Maia

Hidrogênio verde pode ter chance no Brasil

Josias de Souza

Estamos diante de um jogo de cartas marcadas

Até o próximo dia 6 de outubro, porém, está aberta uma consulta pública na Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do Sistema Único de Saúde) para que os pacientes com incontinência urinária grave possam receber um esfíncter artificial, tratamento padrão ouro para essa disfunção — ou melhor, o único que resolveria quando alguém perde 250 gramas de urina ou mais todo dia. É um critério para apontar a gravidade.

Como assim, doutor, pesar urina? — pergunto ao urologista gaúcho Alexandre Fornari, coordenador do Departamento de Disfunção Miccional da SBU (Sociedade Brasileira de Urologia).

Dedicado a essa área, tendo sido em 2006 um dos criadores do ambulatório para cuidar desses pacientes na Santa Casa de Porto Alegre, ele explica: "É que pesamos primeiro uma fralda que, na sequência, é colocada no indivíduo. Depois de 24 horas, se a diferença de peso dela é igual ou maior que 250 gramas, sabemos que é uma incontinência grave."

Mas o médico prefere ver esse peso de outro jeito — como o de um boxeador que não conseguia mais vestir abrigo........

© UOL