Inteligência artificial: o estranho caso dos professores de Barueri
Recentemente, um excerto de um texto meu, publicado aqui na Folha a propósito do uso da Inteligência Artificial (IA), foi utilizado em uma prova de admissão para professores no estado de São Paulo.
O trecho, adaptado, fora retirado de uma coluna onde discuto os desdobramentos éticos e práticos do uso disseminado da IA, especialmente em conteúdos que nos chegam de maneira quase invisível.
Como eu não sou candidato a professor na prefeitura de Barueri, provavelmente nunca saberia desse fato, mas uma das professoras encarregadas de o corrigir me abordou no Instagram:
"Oi, boa tarde. Eu li um texto seu recentemente sobre o uso de IA na criação de conteúdos. (Li numa prova de concurso). Lá você diz que quem usa IA sabe que, no final, todo o conteúdo produzido pode cair debaixo do rótulo de 'conteúdo sintético'. Com conteúdo sintético você quer dizer de algo que foi totalmente produzido por IA?"
A escolha do meu texto para um exame educacional deveria ser motivo de satisfação, pela aparente valorização do conteúdo. Contudo, a forma como foi utilizado suscita questões sobre ética, direitos autorais e responsabilidade intelectual.
O segmento usado, elaborado pelo "Instituto Mais", embora um reconhecimento implícito da relevância do tema, foi apresentado de maneira truncada........
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