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Frankenstein no tempo das guerras culturais

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Escritor, doutor em ciência política pela Universidade Católica Portuguesa

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Quando o velho mundo já morreu e o novo ainda luta para nascer, surgem os monstros, dizia Gramsci. Verdade. E haverá monstro mais conhecido do que a criatura do doutor Frankenstein?

Foi assim desde o começo. Em 1816, quando Mary Shelley escreveu sua história em Genebra, o "galvanismo" estava na moda. O termo vem de Luigi Galvani, cientista italiano que, no fim do século 18, mostrou como as pernas de uma rã morta podiam se mover com descargas elétricas. Se era possível animar uma rã, por que não um ser humano?

O sobrinho de Galvani, Giovanni Aldini, levou a ideia ao extremo: em 1803, em Londres, usou eletricidade para provocar espasmos no corpo de um criminoso recém-enforcado –para espanto e horror da plateia.

Mary Shelley conhecia essas experiências, assim como as conversas a respeito entre seu marido, Percy Shelley, e Lord Byron, naquele verão suíço em que a jovem escritora começou a imaginar seu monstro. Onde termina o engenho humano e começa o abominável?

A Revolução Industrial tornava essa pergunta ainda mais urgente: as maravilhas da técnica não escondiam a miséria material e moral que se espalhava pelas ruas de Londres, Manchester ou Liverpool.

Um século depois, "Frankenstein" renasceria em 1931, no filme de James Whale. Outra época........

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