menu_open Columnists
We use cookies to provide some features and experiences in QOSHE

More information  .  Close

Vamos a velórios por quem morreu, por quem ficou ou por nós mesmos?

1 1
30.07.2025

Jornalista e roteirista, é autora do livro "Almanaque da TV". Escreve para a Rede Globo

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

benefício do assinante

Você tem 7 acessos por dia para dar de presente. Qualquer pessoa que não é assinante poderá ler.

benefício do assinante

Assinantes podem liberar 7 acessos por dia para conteúdos da Folha.

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Participar de velórios alheios nem sempre foi decisão voluntária. Num antigamente daqueles até recentes, era difícil desviar de certos ritos mortuários em plena sala de estar. Tipo eu, bem criança, indo beber água na cozinha. E minha tia-avó, de terço na mão, em cima da mesa. Formando uma fila que saía do apartamento e se estendia pela escada de serviço do prédio, dois andares para baixo.

"Vem ver de perto", cochichou meu pai, me puxando pela mão até tia Neném, que morreu idosíssima, apesar do apelido. Impressão minha ou estava de camisola? "Ordens expressas: foi a que usou nas núpcias...". E não só. Dentro do caixão, um maço de cartas amarradas com fita vermelha e assinadas por "Adolfo". Alguém que, veja bem, não era meu........

© UOL